E se...
Rolando pelo chão uma pequena bolinha, se estava roendo de tantas voltinhas;
Queria aprender a caminhar, mas não conseguia encontrar uma pedrinha que a pudesse para;
Oh não! Na proxima colina não havia pedrinhas no chão, a bolinha olhando a colinha resolveu chorar;
Por causa do choro, molhou o chão e começou a escorrer para os lados perigosos da colina, os abismos;
E ao ver tantas tristezas no caminho por onde seguia a bolinha decidiu fechar os olhos;
Mas por continuar a chorar a bolinha despenhou-se pela colina abaixo o mais rápido que podia^;
Até que um dia, depois de muito tempo com os olhos fechados, a bolinha atreveu-se a abri-los para ver onde estava;
Estava curiosa para saber se já havia chegado ao fim da colina, queria ter esperança de encontrar alguma pedrinha pelo cominho;
A bolinha abriu os olhos e viu-se num grande monte, cheio de poeiras e pedrinhas;
Nunca havia estado tão feliz na vida, por ver tantas pedrinhas que a bolinha começou a chorar tanto que criou uma lamaçal em volta dela o que fez com que ela fica-se presa pela lama;
A bolinha ao perceber que estava presa em toda aquela lama, aborreceu-se, por ter que ver todas aquelas pedrinhas e não poder rolar até elas;
Passaram-se minutos, horas, dias... até que um ano mais tarde, já exausta começou a sentir pingas de água a cair do céu, passado um tempo a chuva venho e com ela a bolinha pode começar a mover-se;
A bolinha alegrou-se novamente, e quando ia começar a chorar lembrou-se do ano que passara na lama por causa do choro e decidiu simplesmente gritar de alegria, mas à medida que ia descendo o monte a bolinha reparou que as pedrinhas eram demasiado pequenas para ela poder parar;
A bolinha aborreceu-se outra vez, teve que esperar toda aquela água da chuva passar até que chega-se o sol novamente e pudesse rolar normalmente.
Passado um ano a chuva para, mas o Sol não apareceu, a bolinha voltou a rolar sozinha por outra colina, menos acentuada e longa desta vez, e começou a ouvir o uivar dos ventos,
E com isso venho o frio e depois a neve, e a bolinha ficou presa nos nevões que se seguiram...
Naquele inverno rigoroso, a Bolinha pode repensar nas suas atitudes perante os lugares onde andou: para ela parecia injusto ter que passar tanto tempo a rolar e não que aparecer nenhuma pedrinha para poder parar e aprender a andar. Que por fim lembrou-se que neste preciso momento estava parada, por causa da neve, e pôs-se então a questão: Será que poderia eu aprender a andar na neve?
A bolinha arriscou e lá tentou aprender a andar, o que resultou no fato de realmente resultar. Ela na neve conseguia andar e mexer-se para onde queria sem ter que rolar.
Disto a bolinha aprendeu que talvez não existe só um caminho para se obter o que realmente se quer.
Razac - Conto da bolinha - Sarah Monteiro
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