2024 foi um ano agitado, cheio de situações para resolver. Uma verdadeira montanha-russa. E, se eu pudesse definir tudo com uma única palavra, seria: fé.
Foi na base da fé que eu sobrevivi — literalmente.
Não sei o que Deus está tentando me mostrar, mas Ele tem se superado a cada dia. E não, Ele não nos abandona — mesmo quando todos se esquecem da gente, Ele faz questão de nos lembrar que está presente. Ele é Pai. Está sempre preparando algo bom...
Milagres, orações, pedidos, silêncios... mas a ajuda sempre vem.
E sei que talvez não venha por mim, mas pelas minhas crianças, que são apenas inocentes. Elas não têm culpa das minhas falhas, das minhas irresponsabilidades. E é por elas que Deus me sustenta.
Descobri, na pele, o quão difícil é viver com conforto e, ao mesmo tempo, não desistir dos sonhos. O quanto custa transformar um desejo em realidade. Talvez eu tenha me precipitado em muitos momentos. Talvez devesse ter lutado mais antes, ter tentado dar o meu melhor. Mas ainda assim, creio: Deus, ajuda-me, Senhor. Tudo tem a Tua mão.
Logo no início de 2024, descobri que estava grávida.
Estava num emprego novo, trabalhando muito, me esforçando para continuar ali — e estava gostando. Em dezembro de 2023, completei seis meses e eles renovaram meu contrato por mais seis. Quando recebi a notícia da gravidez, foi como uma bofetada. Eu estava tão comprometida, tentando atingir os meus objetivos, mesmo sem lembrar exatamente por que entrei naquele trabalho. Mas continuei, porque era o que sustentava a minha família. E isso era o que importava.
Quando descobri a gravidez, desabei.
Sabia que isso significaria deixar o trabalho em algum momento. Ter outro filho era um desejo antigo, mas não tinha acontecido... até então. E justo agora, o meu companheiro ficou desempregado, e eu era a única a trabalhar.
Fiquei muito triste. No país onde moro, sem contrato efetivo, o mais comum é mandarem a pessoa embora. Só Deus sabe o quanto isso me atormentou nos meses seguintes. Meu contrato foi renovado, mas ainda precisava contar que estava grávida... e eu já sabia o que iriam fazer.
Como se não bastasse, a situação piorou quando os meus pais se desentenderam com meu companheiro. Até tinham razões compreensíveis, mas a forma como lidaram com tudo foi muito dura. Recebi um ultimato: ou ele saía da casa, ou...
Tínhamos poucos dias para resolver.
Eu não aguentei.
No mesmo dia, decidi que sairíamos todos. Não sabia qual era a real intenção deles ao tentar nos separar. E, é claro, não contei que estava grávida.
Além da tristeza, do medo de ser despedida, eu estava exausta de tanto carregar nas costas...
(continua)
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