No universo da Astrologia,
O signo de escorpião reina na eclíptica zodiacal no momento em que as trevas no fim de Outubro- Novembro conduzem à igualdade dos dias e do fluxo luminoso que regula o equilíbrio da Balança.
Os místicos chamam de ' a noite obscura da alma' corresponde à iniciação, a 'descida aos infernos' que procede a um novo mundo de libertação. Logo este signo é capaz do melhor e do pior, ilustrados por muitos mitos como o de Orfeu, que desce aos infernos com a aquiescência das potências superiores e misteriosas que comandam o nosso destino.
Orfeu não pode olhar para trás senão pode perder a sua amada para sempre. O mundo da iniciação não tem qualquer ligação com o mundo da matéria que, devido à queda cósmica (pela fé cristã é relacionada com o pecado original), se afastou do princípio da unidade e caiu para baixo, para os infernos, o lugar onde não existe nenhuma luz. É esta a razão, aliás, por que os infernos simbolicamente se situam no centro da terra.
O signo de Escorpião é regido por Plutão, o mestre dos infernos, que exprime noções particulares como o combate entre os valores luciferinos da matéria e da decadência - os valores satânicos por excelência - e os valores da luz e da elevação da alma até Deus e à eternidade.
Dois mitos que expressam valores iniciáticos são :
- o combate do arcanjo Miguel com Satanás, que fora precipitado para debaixo dos céus ( a queda cósmica);
- a luta entre Jacó e o anjo.
Somos então convocados um dia para sacrificarmos a nossa parte animal, a matéria, e por isso o Escorpião é o signo da morte.
O hexagrama Po,
significa o desmoronamento, rege o período do Escorpião, que vai de 21 de Outubro a 21 de Novembro, altura em que a terra está sob a montanha e os traços sombrios descem, desagregando o último traço luminoso. É a imagem da casa cujo teto desaba e cai.Para se conseguir captar o sentido deste hexagrama, é necessário que face ao signo de Escorpião haja um signo da matéria, o Touro- saía dialética morte-matéria. A morte da matéria é tão só a sua desintegração, precisamente com a ajuda do plutónio ( metal de Plutão) e com a presença de todos os elementos do ciclo atómico da 'rutura'.
O termo rutura sugere um parentesco dramático com as forças atómicas, que ameaçam desencadear-se no final do ciclo.
Símbolos de Escorpião
Obsidiana ( símbolo que partilha com carneiro), que denota os influxos benéficos;
a mistura de vermelho com preto; o grená; os fragmentos de rocha e de lava.
- Como pedra preciosa o rubi, que lhe confere grande força espiritual.
Escorpião é o signo mais sexualizado do zodíaco e encerra em si poderes que, conforme o seu uso, podem ser perigosos ou benéficos, tal como a sexualidade, que pode dar origem à vida ou arruinar por completo o indivíduo que não saiba controlar e disciplinar. Estes poderes são simbolizados pela serpente ('escorpião' vem da palavra grega scorpios, 'serpente'). A serpente de bronze criada por Moisés para dar a morte e regenerar remete para estes poderes.
Escorpião rege os países que, sob um sono aparente, são detentores de forças potentes destinadas à sua regeneração, como países árabes.
Individualmente, escorpianos são orgulhosos, independentes e corajosos, mas o seu agir é fruto de uma profunda paixão que os anima. O seu sentimento de justiça é levado a um alto grau e Plutão(juiz e regente supremo dos infernos) dá-lhes uma resistência a toda prova e uma força moral invencível. São rancorosos e apaixonados e querem vencer sempre os seus adversários. O fato de este ser o signo da sexualidade confere-lhes poder magnético e influência sobre os que os rodeiam. Na antiga China, estes poderes enigmáticos e secretos eram representados pelo dragão, animal fabuloso e mítico, que apenas tinha sido visto por aqueles que o enfrentavam.
O signo de Escorpião está entre a Balança ( o julgamento) o Sagitário, a longa viagem que se segue à morte. É legítimo pensar que a purificação ( o signo de Virgem) deve vir antes da união ou do julgamento ( o signo de Balança), já que os poderes secretos de Escorpião conduzem à ressurreição. Nesse sentido, a escolha dos Antigos recaiu sobre dois símbolos. Por um lado, a serpente, cuja muda anual de pele traduz uma mudança profunda - aquele que obtém uma nova pele e um novo corpo, isto é um novo ser; do mesmo modo, as nossas células vivem, reproduzem-se e morrem constantemente, com excepção das de certos órgãos nobres. Por outro lado, a águia que plana acima da terra e sobrevoa as imensidões : o símbolo do infinito e imagem da alma que se desapega da sua existência terrestre e da lama da matéria.
texto tirado do livro "O Universo da Astrologia"
Comentários
Postar um comentário