Sarah, por que te anulaste tanto?
Por que deixaste o amor cegar-te ao ponto de deixares de existir?
Sempre foste seletiva e implacável.
Mas, por circunstâncias da vida, baixaste a guarda —
e entregaste-te por completo a quem não era nem metade.
E agora?
Como reconhecerás o amor real,
se te aprisionaste tanto tempo a um amor egoísta?
É doloroso ver-te assim.
Sentires que falhaste, mesmo tendo dado tudo de ti.
Mas sim — deu para sentir.
Amaste sem acreditar.
Entregaste tudo com a melhor das intenções.
Tentaste suportar com mestria uma vida de tristeza.
Mas não foi amor.
Suportaste. Não fugiste.
Rasgaste o coração vezes sem conta
porque tudo o que queriam era fazer-te desistir.
Mas foste tu quem se derrotou —
porque deixaste que tudo isso te consumisse.
A tua vida, cansada de estar perdida,
já não chora, nem clama…
apenas emudeceu diante dos abismos que a cercam.
Mas ela sente tudo.
Sente o vazio, o desespero, as desconfianças…
e anula-se.
Torna-se invisível a tudo o que está ao seu redor.
Neste momento, meu amor, entender que falhaste é rendição.
É respirar fundo.
É quebrar o feitiço e reconhecer que o que aconteceu… foi destino.
Não te culpes tanto.
Errar faz parte das nossas muitas naturezas.
Volta a amar-te.
Volta para ti.
Escolhe-te.
E escolhe os teus — aqueles que realmente precisam de ti.
Não penses demasiado no que virá a seguir.
Um passo de cada vez, se conseguires.
Mas se for difícil demais…
Se ouvires o teu coração estalar,
que seja num compasso mais lento —
de vários dias, ou semanas…
Vai no teu ritmo.
Vai devagar — mas vai.
Não fiques no mesmo lugar.
Não esperes demais.
Não duvides de ti.
Porque é em ti que precisas encontrar
não só o refúgio —
mas também a fortaleza.
Nunca deixes que a dúvida causada pela ausência de uma gentileza
se transforme numa justificação para aceitar um amor errado.
O amor não é para ser luta.
Mas é para ser defendido todos os dias.
O amor é abrigo — em qualquer circunstância.
Exige respeito e cumplicidade.
Exige cuidado e contemplação para florescer.
Exige tempo — e muita diligência.
O amor, na força entranhada,
abre as suas portas suavemente perante ti —
numa dança que só quem sente pode adivinhar.
O amor é paciente em todas as suas facetas.
Não invade — permanece.
Quer crescer e fortalecer — seja dia ou noite.
Quer ver-te em todas as nuances — para te guardar nas suas memórias.
Tenho saudades do meu sorriso.
Saudades daquilo que é meu.
Saudades dos meus sonhos.
Saudades de mim.
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