Nesta vida, pouco ou nada desejei. Vivo o meu próprio caminho e o meu destino da maneira que melhor me encontro.
Quando olho para dentro e reconheço as causas de tanto sofrimento calado por tanto tempo, por vezes sinto a necessidade de respirar — de fazer ouvir um pouco da minha voz, de vez em quando, mesmo sabendo que talvez não serei ouvida.
Não sei se serás tu o homem daquela imagem a quem me refiro e penso. Uma pergunta que, em si, nada pesava, mas despertou curiosidade — transformou-se em conversas… e em encantamentos.
Tu és responsável por aquilo que cativas.
Nunca fui tão verdade quanto sou na realidade que vivo hoje.
Pergunto-me como me deixei envolver apenas pelo desejo de ser ouvida, de ser vista.
Fui imprudente, eu sei.
E, por vezes, sinto que falho — faço as escolhas erradas, uma e outra vez.
Mas não quero continuar a sentir-me assim.
O gosto da solidão é mais leve do que entrar numa dança onde só um deseja dançar, enquanto o outro, mesmo conhecendo alguns passos, não ousa arriscar.
Todos temos medos, ânsias, desejos…
E nos movemos em direção àquilo que desperta o interior.
Peço desculpa pela minha plenitude, por esperar algo fora do normal, por acreditar mais uma vez… e decepcionar-me.
A culpa é inteiramente minha, pois acreditei e apostei em algo que não fazia sentido.
Se busco talento? Não sei.
Se busco alegria? Talvez.
Se me encontro onde as estrelas estão, talvez eu queira buscá-las só para mim.
Será que algum dia me sentirei completa?
Nunca, nesta vida, tive a sensação de que encontraria alguém que me entendesse… e gostasse de falar comigo.
Mas, por vezes, sinto-me tão sozinha por não ter com quem partilhar esse meu lado verdadeiro e puro — alguém que não apenas fale, mas que sincronize mentalmente, em cuja presença os olhos não escondam segredos, apenas compartilhem os mesmos anseios da alma.
É algo puro, divino e quase irreal.
Um espelho de alma transcendental.
Que nos chama, nos encanta, e nos remete à alegria.
Que nos obriga a sentir a mágica de um encontro que não é apenas carnal, mas simbólico e vibrante.
Quem deveria eu seguir?
Deveria chamar aqueles que carregam uma chama interior, ou apenas descansar entre as brumas de um pensamento?
Tamanha transformação…
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