Por onde andaria eu?
Por onde esperaria por mais?
Sou a calma entre os meus dias, que esqueço em outro momento, onde tudo o que faz sentido nem sempre conduz à minha realidade.
Giro em torno de mim mesma, sentindo o movimento entre os meus esquisitos sentidos.
Busco, com resiliência, as minhas próprias decisões, que, no fundo, revelam dentro de mim a minha fortaleza.
Ele te vê, te respeita, te espera.
Ele te quer como tu te queres a ti mesma.
Ele sou eu: ama-me como quero ser amada.
Chama o amor de uma forma radial.
Nunca pensei que, na minha existência, esse sentimento seria tão fulcral para fazer florescer dentro de mim a vontade da cor e do calor da grande floresta que habita o meu interior.
Caminho perdida por entre a densa floresta que, na minha visão, apenas se vê cinzenta — sem nenhuma dinâmica de dias.
Ela apenas se move, inerte, pelo caminho que tenta trilhar.
Dentro de mim, não sinto o fio dourado do meu infinito, mas apenas um mar revolto que tenta se conter diante de uma realidade medíocre...
Sou medíocre, afinal?
Sinto como se nada mais transbordasse de verdade.
Meu peito até pode criar as mais belas fábulas — mas... e a minha vida?
E a minha realidade?
Onde ficaria, afinal?
É um destino que nos junta a todos e se perde entre várias camadas, onde tentamos nos reencontrar.
Uma vida que deseja ser vivida de verdade — não apenas na ilusão dos sonhos,
não apenas pela metade, onde o querer submerge a realidade,
não num mundo onde a minha fragilidade me impede de contemplar a maravilha da vida.
Se sei o que me faz feliz, por que me apego a uma realidade que construo, mas que não é o bastante?
Por que não me entrego aos sonhos e à vontade — essa que tudo em mim parece desejar?
Saber não basta.
É apenas no caminhar que a minha vida pode mudar.
No acreditar que posso construir o agora.
E é no esperar que construo a minha constância —
não em apressar sentimentos para tentar ser muito mais.
Na calma dos meus dias, consigo me preparar.
Se ainda não aconteceu, é porque não era o caminho...
ou então, ainda não era a hora.
Nos preparamos sem perceber,
mas a impulsividade toma conta de algo transcendental que poderia ser inteiro —
mas acaba apenas pela metade.
É nesta energia vital, entre minhas mãos,
que se expande a polaridade para unir o bom e o mau dentro de mim.
É ela que me guia, por meio da gratidão dos meus dias —
água viva que completa o meu ser e equilibra as águas que habitam o meu interior.
A grandeza não se escolhe.
E eu agradeço pela vida que posso viver —
por poder contemplar os meus dias e apenas sentir.
Não é apenas amor.
É a minha existência.
É quem eu sou de verdade.
Sou repleta de palavras.
Daria a minha vida para escrever além daquilo que consigo imaginar —
criar mundos dentro de mim, criar o meu próprio estilo,
minhas próprias histórias, ser divina, onde a perfeição não é opção.
Mas... ainda não estou nesse patamar de dar a minha vida por isso.
Talvez não seja tanto amor assim.
Na minha vida, não escolho apenas uma coisa.
Tudo me encanta.
Tudo tem o seu brilho.
Tudo me ensina algo sobre o mundo onde nasci para habitar —
e crescer ainda mais.
Para mim, essa é a essência da vida:
viver, sentir, agradecer pelo presente da existência.
E poder desfrutar disso.
Agradecer por apenas existir — já sou grata por isso.
É um poder a ser libertado.
Às vezes, penso que tenho uma magia dentro de mim.
(risos)
Adoro uma fantasia.
E por que não querer andar por essa floresta densa,
que escurece até os meus pequenos e perversos pensamentos?
Do que tenho medo, afinal?
Por que não consigo me libertar daquela simples floresta?
Antes, tudo era simples, descomplicado...
Aqui pode não ser escuro, mas tem mundos cinzentos e insalubres.
Talvez não consiga lá chegar porque só olho em frente —
e não para a luz que bate na imensa árvore,
aquela que se encontra à distância.
Tu és bela.
Tudo o que sempre quis.
Me olhas, me respeitas, me aguardas.
Serei eu capaz de chegar até aí?
Serei eu capaz de deixar para trás o que me prende e paralisa?
O medo de não ser suficiente?
O receio de não estar à altura de onde deveria realmente estar?
Não é caos. É carência.
São escolhas de um passado muito presente,
que ainda me toca e se refresca na minha memória.
Ele pulsa intermitentemente ao ponto de me fazer sangrar em silêncio.
Mas já não há sangue.
Apenas a dor calada, que submerge nos recantos onde os nossos ecos sempre se encontram.
E é assim que ando.
Me esqueço.
Não me reconheço em nada que, no fundo, sempre esteve tão perto de mim.
Já não sentia.
Adormecia na minha rotina pragmática,
a qual fui obrigada a servir com fervor e amor.
E ainda amo.
Sempre amarei.
Mas... e se eu me perder no meio disso tudo?
Se deixar de ser eu?
Se deixar de coexistir?
Onde está a tua grandeza?
Onde está a tua presença?
Onde teus passos precisam ser mais precisos?
E, afinal... onde desejas realmente entrar?
Não é só a palavra que move a ação.
Não é apenas porque os outros não te veem como tu precisas ser.
É mais do que isso. Muito mais.
Não há nada que eu não possa fazer.
Pois o impossível é um céu que não conhece limites.
E eu também não.
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