Sabes aquele dia em que te sentes uma merda?
E nem sequer podes gritar com alguém...
Já falei das minhas lágrimas selectivas?
Parecem sátiras — pois mesmo com um nó na garganta, elas congelam.
Demasiados sentimentos num dia comum.
Como se respirar fosse normal… mas tento manter curto.
Não consigo encolher a minha grandeza.
Mas já não caibo em mim.
Onde está o meu coração?
Ferido, desiludido — olha a vida com dor.
Fui eu quem falou, atraí tristezas, criei esperanças.
Termino ciclos, enquanto outros se esbatem em mim.
Tu sabes onde me encontro… mas escondes-te.
Sou eu quem grita e precisa de outra direcção.
Opinião forte, esqueci o que a mente realmente escuta.
Mas se anseio sair do lugar onde me encontro, buscar algo real, ser real —
olho-me ao espelho
e respeito o meu encolhimento.
E ainda assim, chamo a tal loucura que me emudece.
São tantos mundos...
Onde me encontraria, afinal?
A minha insignificância gera dúvidas.
Ela prende-me onde talvez eu devesse libertar.
Encaixa-se algures para lá da escuridão.
Chamei —
e tudo o que precisei foi silêncio.
Mas tudo gira, às voltas...
porque todos caminhamos — e as lutas obrigam.
E essa vida, tu viveste mesmo?
O que está em jogo, afinal?
Coração ferido — apenas ansiava expressar-se, encontrar-se,
por entre algo que fosse mais do que real.
Não quero ilusões.
Nem paixões.
Quero apenas o silêncio da minha alma,
que agora parece tão distante.
Ela aparece… depois desaparece.
Deixa-me confusa,
sem sequer tentar ser real.
Encaixa-se em mim —
eu, que anseio por algo passional, mas discreto.
Neste dia,
nem sei o que sentir.
Pus as emoções cá fora.
E já nem te ouço,
minha sagrada aurora.
Gostaria que alguém me visse.
Realmente me visse.
Alguém que se conectasse...
Mas é difícil.
Todos temos monstros cá dentro.
Todos nos importamos demais.
E no fim...
vivemos sempre sozinhos.
Eu estive aqui.
E tu —
nem lutaste.
Nem sequer quiseste perceber.
Então, o que seria, afinal?
Sempre me afastaste.
Hoje o meu coração está sem forma.
Hoje, a minha alma abate-se.
Pois não encontro sentido em nada.
E do nada, tudo consome-se.
Gostaria de ouvir —
mas as vozes não se calam.
Descansa.
Amanhã será novo.
Tenta de novo, amanhã.
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