Onde poderia confiar minha honestidade?
Não cairia na mesmice dos meus dias. Eu quero o seu esplendor, sua perfeita condição de se entender em pedaços, de se tornar algo inesquecível.
Sou a porta da divisão entre o prazer e a invenção! Pois, para apenas uma alma, muitas chaves nada trariam além de trabalho.
Não és apenas espantosa... Onde encontro esse tal brilho? A chama que se esconde, mas expande seu calor por entre as várias ondas longitudinais do meu escasso saber?
Não te limites, pois tu não irás caber — mesmo que te diminuas, não irás caber, pois a grandeza não se encolhe.
Ela é a realeza dentro de nossos corações, que espera ansiosamente para ser algo mais.
Algo onde a propiciação se sente capaz de não esquecer, de não se limitar, de entender o fortalecimento dos laços desumanos.
Não preciso caber.
Não preciso esconder-me ou ser diferente daquilo que já soube. Sei andar por onde as águas ocupam seus espaços, deixando seus rastros perpetuados num tempo de tantas pontas soltas.
Sou eu uma incerteza aos olhos de quem me admira?
Porto-me como a luz — aurora resplandecente de mim mesma — que me cura, me sustenta e me guia.
Oh, aurora que escolhes de mim o que retirar, que proteges minha preciosa presença do perigo ainda desconhecido...
Tu sentes o que há por vir, sentes o que minha pele afugenta, e rebaixas minhas paredes de fé, onde as muitas águas de meu ser poderão passar.
Onde muito do que eu faço nada vale, e a imaginação acaba por entediar a morte.
Viver, conhecer, sentir... tudo é o reencontro das estradas que percorremos numa vida.
Por favor, não me faças voltar outra vez lá!
A honestidade mata a esperança, que rivaliza com a incerteza. Haverá muitos dias em que eu serei melhor do que sou hoje.
Haverá semanas em que darei dez passos atrás.
Mas os meses passam...
E haverá anos em que não sairei do mesmo lugar, ansiando por algo demasiado grandioso.
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