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Entre Mundos

Poder sair deste corpo e sentir mais do que a vida corriqueira...

Sentir aquele novo mundo onde a realidade é transcendental.

Onde a vida ganha outro sabor e o tempo se desfaz, deixando de existir como horas, tornando-se atemporal.


Onde não sabemos se estamos vivos ou apenas pertencemos ao espírito.


É assustador — mas é outra dimensão.

E estar nela, acordado, é perigoso.


É como se eu tivesse saído do meu corpo, e ao voltar a olhar, visse o mundo com os olhos da alma.

É mágico, assustador e transformador.


Será que eu iria me perder para sempre naquele mundo?

O que veria nele?

O que estaria contido ali?


Será que, nesse momento, o tempo deixaria de pertencer a si próprio, revelando suas diversas nuances, abrindo-se para algo místico, onde eu pudesse existir e subsistir outra vez?


Eu sou o caos que requer transformação.

Sou a imperfeição nos meus lábios.

Meu corpo sente onde minha mente caminha, pois tenho apenas portas constantes com o divino.


E hoje, os céus abençoam minha humilde existência.


Não me forço.

Sou como as águas que fluem e deslizam elegantemente pela corrente.

Eu sei onde quero chegar.

Conheço o destino.

Desconheço a estrada, mas confio no infinito.


Confio que, com o tempo, a alma irá guiar-me às respostas pretendidas — pois está tudo aqui dentro.


Portanto, o que eu acharia lá fora melhor do que aqui dentro?

Assim que me encontrar, estarei um passo mais perto daquilo que anseio ser.


Não necessito de muitas vidas, pois eu sou todas elas.

Sou o passado que consome,

o presente que sente,

e o futuro que aguarda ansiosamente para florescer.


É olhar para dentro sem reservas.


Claro, tenho o modo de sentir demais, de sonhar demais, de pensar demais.

Mas, mesmo com medo, sigo assim mesmo...


Meu amor é o poder do caos em transformação.

Em minhas mãos está o poder de destruir e restaurar algo para torná-lo mais belo.


Poderia eu amar plenamente?

E esse amor... será que posso ser?


Não usar palavras, nem obstáculos.

Apenas propor:

renovação.

superação.

generosidade.

honestidade.


Demonstrar o que poderia ser,

se ao menos deslumbrasses um pouco de teu próprio ser.

Ser humildemente grande,

para sentir o amor primordial que se esqueceu dentro de nós.


Florescer, mesmo em dor — é o que necessito aprender.

Mas meu ser habita a calmaria dos meus dias.


É nela que subjugo minhas forças.

É onde minha alma descansa em paz, mesmo quando o caos perturba lá fora.


Ela permanece imutável, serena, centrada.

Mesmo adormecida, está sempre pronta para agir e me salvar.

Pois ela confia.

Ela sabe que eu a protejo com tudo o que tenho —

e que não irei partilhá-la com ninguém.


Minha pequena bailarina,

teus pés apenas me arrastam por entre danças perigosas entre mundos.


Tu desafias meu ser que chora, grita, recusa-se a mover.

Mas tu escancaraste o medo e o colocaste diante dos meus olhos, como espelho de mim mesma —

tornando-o tão natural e igual a mim,

que pareceu familiar demais para eu conseguir controlá-lo.


Pois esse é o teu mundo.

Tua beleza é o contraste da adoração de um mundo destrutivo.

És genialidade refinada,

partícula sagrada entre meus desejos,

a magia que move esse ser dentro de mim.


Como se tudo fizesse sentido.

Como se tudo se encaixasse aos pontos da criação.

Ao ponto de tudo o que hoje ainda anseio ser,

de todos os obstáculos,

sempre haver mais um.


E quando a vida deixar de me desafiar,

saberei que ela adormeceu.


Mas é em cada passo que me ensinas.

Guias-me a descansar em mim,

a ouvir minha voz e criá-la por dentro.


Acalmas minhas dúvidas, uma a uma,

como rocha fria moldada lentamente em tua água.

Por vezes, são diversos caminhos iguais —

até que se possa mudar o curso.


Deixarei fluir em mim tua perpétua corrente,

que transborda sabedoria a ponto de invadir meus poros.

Que deseja fundir-se à carne e torná-la espiritual.

Limpando minhas indignas impurezas,

conectando-me à verdadeira natureza de um ser.


Ela me chama.

Envolve.

Encanta-me com o que sou.

Tenta seduzir-me irresistivelmente,

testando até onde irei caminhar —

até cair novamente.


Ela sente meu ego, o mundano em mim.

Não o condena, nem despreza.

Mas é isso que ela quer mostrar-me.

E é isso que a impede de fazer tudo de novo.

Onde residiria meu amor?


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