No meio da minha floresta,
onde o passado constrói o futuro em que agora nos encontramos.
Caminho por esta floresta magnífica,
sem julgamentos, sem pensamento.
Onde a pressa do mundo e seus precedentes
não conseguem sufocar a vontade da alma.
É o espírito —
de onde tudo parecia auspicioso —
mas no meio desta densa floresta,
procuro o que poderá calar todos os gritos suspirados
que asfixiam a alma mais teimosa que já houve.
Como poderei eu calar meus próprios gemidos de dor,
se alguns parecem nem vir de mim,
mas de fora?
Mas, como se ela própria soubesse de sua força,
sua mão, apenas ao tocar o chão desta sagrada floresta,
determina o limite entre o corpo e a terra —
a separação entre dois planos
que passam, enfim, a se entender.
Sua aura brilha.
Como se soltasse algo de dentro,
e revela-se a redenção.
Tu és a visão.
Miragem que confunde o esquecimento.
És o amuleto que encaixa a perfeição num só momento.
E nisso tudo —
tudo o que andava depressa demais se desfaz no vento
e se dissipa.
Canalizas tua esplendorosa energia na aura ao teu redor,
detendo a calma entre os dias.
É nesse exato instante que me chamas.
Me acordas por entre o toque dos teus dedos.
Pois tua mão ainda pulsa o sangue ancestral
de nossas almas contidas nesta sagrada floresta.
Eu sigo.
Sigo o que ouço chamar,
pois em tuas mãos busco mais.
Busco o despertar do meu coração efêmero,
que esconde uma densidade misteriosa.
Como espelhos que refletem suas profundezas,
nos encontramos por fim.
Onde o passado que viveste
simboliza o lugar onde minha vida
parou.
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